'Alguma coisa está errada na nossa Pátria amada', afirmou a
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), durante encontro sobre segurança pública em Goiânia
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), Cármen Lúcia, afirmou nesta quinta-feira, 10, que um
preso custa 13 vezes mais do que um estudante no Brasil. A declaração foi feita
durante o 4º Encontro do Pacto Integrador de Segurança Pública Interestadual e
da 64ª Reunião do Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública
(Consesp), em Goiânia (GO).
“Um preso no Brasil custa R$ 2,4 mil por mês e um estudante
do ensino médio custa R$ 2,2 mil por ano. Alguma coisa está errada na nossa
Pátria amada”, afirmou.
“Darcy Ribeiro fez em 1982 uma conferência dizendo que, se
os governadores não construíssem escolas, em 20 anos faltaria dinheiro para
construir presídios. O fato se cumpriu. Estamos aqui reunidos diante de uma
situação urgente, de um descaso feito lá atrás”, lembrou a ministra.
As informações foram divulgadas pelo CNJ. No evento, Cármen
Lúcia afirmou que a violência no país exige mudanças estruturantes e o esforço
conjunto de governos e da União.
“O crime não tem as teias do Estado, as exigências formais e
por isso avança sempre. Por isso são necessárias mudanças estruturais. É
necessária a união dos poderes executivos nacionais, dos poderes dos estados, e
até mesmo dos municípios, para que possamos dar corpo a uma das maiores
necessidades do cidadão, que é ter o direito de viver sem medo. Sem medo do
outro, sem medo de andar na rua, sem medo de saber o que vai acontecer com seu
filho”, disse.
Desde que assumiu a presidência do CNJ, a ministra tem
visitado presídios para ver as condições das unidades. Até o momento, Rio
Grande do Norte e Distrito Federal receberam visitas de surpresa, e a ideia é
inspecionar todos os Estados.
“A cada nove minutos, uma pessoa é morta violentamente no
Brasil. Nosso país registrou mais mortes em cinco anos do que a guerra da
Síria. Estamos, conforme já disse o Supremo Tribunal Federal, em estado de
coisas inconstitucionais. Eu falo que estamos em estado de guerra. Temos uma
Constituição em vigor, instituição em funcionamento e cidadão reivindicando
direitos. Precisamos superar vaidades de detentores de competências e, juntos,
fazer alguma coisa”, declarou a ministra.
O encontro realizado em Goiânia teve a presença do ministro
da Justiça, Alexandre de Moraes, que apresentou o Plano Nacional de Segurança
Pública. A ação tem como principais metas reduzir os homicídios e os casos de
violência contra a mulher, além de racionalizar o sistema penitenciário e a
proteção das fronteiras.
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